A leitura de hoje foi “
Um milhão de finais felizes” do
Vitor Martins. Livro lindo que eu recebi na minha malinha do Turista Literário de julho. O tema do livro é ao mesmo tempo tão atual e tão pouco discutido abertamente.
A sinopse do livro me levou a um tema recorrente nas conversas com minha mãe nos últimos tempos: aceitação, nesse caso, aceitação da família. O assunto surgiu depois de algumas conversas que ela teve com uns amigos mais conservadores e religiosos.
Como diz minha mãe, ninguém acorda um dia e decide ser homossexual. (Quem a conhece, sabe que não é assim que ela fala, mas a essência é essa).
Acredito que a aceitação da família é muito importante para que a pessoa viva bem, mas não é tudo. E para mim, essa aceitação vale para qualquer fator de nossas vidas. Infelizmente, ou felizmente, sempre teremos alguém nos julgando e apontando nossos “problemas”, cabe a nós sabermos lidar com esse julgamento e o usarmos como trampolim para a felicidade.
O livro conta a história de Jonas e como ele lida com todas as dúvidas, situações e problemas que surgem junto com vivência da sua sexualidade. Não vou falar muito mais para evitar qualquer tipo de spoiler, mas tem umas citações que chamaram a minha atenção e que vou destacar lá no final do post.
Adorei a forma como o autor abordou o tema: com leveza. Ao mesmo tempo, o livro é um “tapa na cara”, porque mostra uma situação cotidiana para quem, acima de tudo, decide viver a sua vida, sem aguardar a autorização de terceiros para ser feliz.
Me emocionei, enchi os olhos de lagrimas algumas vezes (sou difícil para chorar), sorri e acima de tudo me envolvi com todos os personagens.
É um livro que me fez pensar em que forma eu posso ajudar a tornar o mundo menos preconceituoso. E reforçou o pensamento que tenho de que não somos obrigados a aceitar ou gostar da opção sexual de alguém, mas que devemos SEMPRE respeitar. É algo que sempre trago comigo e agora, mais ainda, vou ficar atenta para que minhas atitudes e gestos sigam nesse caminho.
SINOPSE
Jonas não sabe muito bem o que fazer da vida. Entre suas leituras e ideias para livros anotadas em um caderninho de bolso, ele precisa dar conta de seus turnos no Rocket Café e ainda lidar com o conservadorismo de seus pais, sua mãe alimenta a esperança de que ele volte a frequentar a igreja, e seu pai não faz muito por ele além de trazer problemas.
Mas é quando ele conhece Arthur, um belo garoto de barba ruiva, que Jonas passa a questionar por quanto tempo conseguirá viver sob as expectativas de seus pais, fingindo ser uma pessoa diferente de quem é de verdade. Buscando conforto em seus amigos (e na sua história sobre dois piratas bonitões que se parecem muito com ele e Arthur), Jonas entenderá o verdadeiro significado de família e amizade, e descobrirá o poder de uma boa história.
ATENÇÃO!!!
As CITAÇÕES abaixo podem conter SPOILERS!
"[...] Passei minha adolescência inteira orando para que Deus me tornasse hétero. [...] Eu pedia a Deus todas as noites para que meu segredo ficasse guardado o resto da minha vida porque sabia que nunca seria capaz de mudar quem eu sou, mas não queria machucar a pessoa que eu mais amava no mundo."
"[...] queria que você entendesse que nem sempre a família que nasce com a gente vai nos entender. Nem sempre eles vão ficar do nosso lado pra sempre. Mas isso nunca vai te impedir de escolher uma família nova."
"[...] tenho certeza de que, mesmo passando por tanta coisa ruim na vida, você ainda guarda um milhão de finais felizes aí dentro."